segunda-feira, 6 de abril de 2009

Meu vício.


Eu escrevo porque tento enaltecer minha alma e as paredes da escuridão bloqueiam a luz que, insistente, reluta para encontrar meu corp . Eu deito porque sofro de um mal sem igual, mal que consome meus dias e faz com que minha alma soe minutos sem parar até seu fim. Eu redijo porque comparações me levam a loucura e a essa altura do campeonato meu coração enfartou de soluços. Eu escrevo porque a traição não me rende nada, mas a sua dor me inspira algumas linhas de tortura individual. E a minha vida se vai com elas e por elas como um rio negro que carrega as poucas folhas que lhe caem no percurso. E eu não posso me mexer, não posso gritar porque isso seria ofensa demais aos meus pais. Eu mal posso sair nem dançar sobre o proveito de minha lucidez – isso seria deboche. Não, isso seria ódio, ódio este que eu conto por me sufocar sobre palavras tortuosas e de tanta verdade corroer meus votos de felicidades. Ódio que me diminui a cada dia em que me deparo com os laços da minha própria caminhada. E eu não sou mais eu, apenas alguém encubada sobre uma roupa mais ou menos, sobre efeitos colaterais de seu próprio vício.


PS.: Tá certo, eu sei que essa onda pessimista do meu blog já ta enchendo o saco. É que eu só escrevo quando tô triste, mas vou tentar fazer alguma coisa menos melancólica.

domingo, 22 de março de 2009

Eu posso ter direitos, sim!


Eu tenho direito de ficar triste. Eu tenho direito de ficar mal, não sair do quarto e fazer a minha prece dentro dele. Eu tenho direito de me rebelar, de sair por aí gritando a todos que a minha vida não é tão fácil assim como os imprestáveis gostam de contar. Eu posso sim correr desnorteadamente pela avenida principal seminua mostrando a todos os meus defeitos que se escondem pela calça jeans; mostrar o que me faz uma mulher de verdade em vez de uma boneca de plástico preenchida devidamente, se é que eu posso dizer assim, em cada lugar, pronta para satisfazer os desejos humanos – insensíveis!
Quisera eu surfar sobre aspargos e ainda assim continuar contente. Caso fizesse isso não seria eu. Você conhece alguma outra por aí?
Eu posso sim rejeitar convites, passar horas no computador procurando por uma palavra chave – aquela que dará vida ao meu texto – e ainda assim ser uma pessoa sociável. Posso dedicar-me horas a uma tese, escrever linhas de tesão, jogando palavras ao vento, redigindo bagatelas, é vago. Sem valor. Desprezível. Mas eu posso, eu posso estar em contato e tocar profundamente, mas a sociedade me priva. Sou um ser privado.