Dedico esse texto à Priscila Amaco – minha amiga, prima e companheira que eu tive o prazer de reencontrar ontem em uma conversa de botas batidas.
É engraçado como o tempo molda as pessoas, ou as pessoas se moldam no tempo, de uma forma tão perfeita que sempre há um resquício, uma característica que nunca será removida por qualquer agente – no caso da minha prima, a tagarelice. – e isso faz de nós seres reconhecíveis sempre, se pelo menos uma vez, conhecidos ao profundo.
Te amo muito prima!
É engraçado como o tempo molda as pessoas, ou as pessoas se moldam no tempo, de uma forma tão perfeita que sempre há um resquício, uma característica que nunca será removida por qualquer agente – no caso da minha prima, a tagarelice. – e isso faz de nós seres reconhecíveis sempre, se pelo menos uma vez, conhecidos ao profundo.
Te amo muito prima!
O coração pulsava normalmente e o corpo gélido mantinha-se vivo. A pele clara salientava as veias esverdeadas e azuladas de seu rosto seco – o nervosismo passara longe dali.
Por muito tempo viveu apática aos fluxos sentimentais e forças externas que por ela passaram. Era um ser tão indiferente consigo mesmo que se fazia diferente em meio social até o dia - trágico dia - que sua felicidade fora devolvida. A primeira reação foi de dor. A segunda de impaciência. Suas veias pareciam desejar pular epiderme afora, mas sua insensibilidade a fazia contorcer os próprios órgãos, promovendo uma sensação remota de vômito. As mãos se esfregavam com medo de sentir e o espírito livrava-se da dor da verdade enquanto ela conhecia as delicias do desejo proibido. Seu corpo suava e seu vomito recolhia-se de forma discreta, cedendo espaço a libertinagem – pela primeira vez ela sabia o que era satisfação. Sua preocupação não era com toda aquela exposição e sim com retração que tornara sua vida óbvia e dura; ela precisava abandonar os conceitos e lançar-se ao esgoto que era tudo aquilo, Mas foi covarde. Esqueceu dos desejos, lembrando-se da proibição. Lambeu os lábios e largou, junto com a salinha escura de cinema, a sua felicidade, tardia, mas ainda felicidade.
Por muito tempo viveu apática aos fluxos sentimentais e forças externas que por ela passaram. Era um ser tão indiferente consigo mesmo que se fazia diferente em meio social até o dia - trágico dia - que sua felicidade fora devolvida. A primeira reação foi de dor. A segunda de impaciência. Suas veias pareciam desejar pular epiderme afora, mas sua insensibilidade a fazia contorcer os próprios órgãos, promovendo uma sensação remota de vômito. As mãos se esfregavam com medo de sentir e o espírito livrava-se da dor da verdade enquanto ela conhecia as delicias do desejo proibido. Seu corpo suava e seu vomito recolhia-se de forma discreta, cedendo espaço a libertinagem – pela primeira vez ela sabia o que era satisfação. Sua preocupação não era com toda aquela exposição e sim com retração que tornara sua vida óbvia e dura; ela precisava abandonar os conceitos e lançar-se ao esgoto que era tudo aquilo, Mas foi covarde. Esqueceu dos desejos, lembrando-se da proibição. Lambeu os lábios e largou, junto com a salinha escura de cinema, a sua felicidade, tardia, mas ainda felicidade.