domingo, 22 de março de 2009

Eu posso ter direitos, sim!


Eu tenho direito de ficar triste. Eu tenho direito de ficar mal, não sair do quarto e fazer a minha prece dentro dele. Eu tenho direito de me rebelar, de sair por aí gritando a todos que a minha vida não é tão fácil assim como os imprestáveis gostam de contar. Eu posso sim correr desnorteadamente pela avenida principal seminua mostrando a todos os meus defeitos que se escondem pela calça jeans; mostrar o que me faz uma mulher de verdade em vez de uma boneca de plástico preenchida devidamente, se é que eu posso dizer assim, em cada lugar, pronta para satisfazer os desejos humanos – insensíveis!
Quisera eu surfar sobre aspargos e ainda assim continuar contente. Caso fizesse isso não seria eu. Você conhece alguma outra por aí?
Eu posso sim rejeitar convites, passar horas no computador procurando por uma palavra chave – aquela que dará vida ao meu texto – e ainda assim ser uma pessoa sociável. Posso dedicar-me horas a uma tese, escrever linhas de tesão, jogando palavras ao vento, redigindo bagatelas, é vago. Sem valor. Desprezível. Mas eu posso, eu posso estar em contato e tocar profundamente, mas a sociedade me priva. Sou um ser privado.